Manuel Nunes, mais conhecido como Neco (São Paulo, 7 de março de 1895 — São Paulo, 31 de maio de1977), foi um futebolista brasileiro. Atuava como ponta-esquerda, centroavante e meio-campo do Corinthians. É tido como o primeiro grande ídolo corintiano.
Neco também não imaginava que um ano mais tarde estaria jogando no terceiro quadro do seu Corinthians e dois anos mais tarde, em 1913 estaria figurando no time principal do Corinthians, clube do qual ele se tornaria o primeiro ídolo consagrado pela torcida. jogador de muita técnica e habilidade aliadas a uma vontade de vencer que por vezes extrapolava para a indisciplina, Neco jogava na ponta esquerda, de centroavante e meia, sempre muito habilidoso e artilheiro, além de torcedor fanático do Timão.
AMÉRICO, PERES, AMILCAR, BARBURY, APPARÍCIO e NECO: POLICE, BIANCO e CESAR NUNES: FLÚVIO, ARISTIDES e CASEMIRO GONZALEZ - CAMPEÕES 1914
Nasce um Campeão em 1914, o Corinthians conquistou o título da Liga de forma invicta, 10 partidas, 10 vitórias, Neco foi o artilheiro da competição com 12 gols, a partida final foi contra o Lusitano e vencida pelo Timão pelo placar de 3x0, gols de Neco , Amilcar e Apparicio.
Em 1915 o Corinthians resolveu abandonar a Liga Paulista para tentar participar do Campeonato promovido pela Apea, não obteve êxito e quando tentou retornar à Liga não foi aceito, desta maneira o Clube apenas participou de amistosos neste ano, fato que contribuiu para dificuldades financeiras, o que ocasionou inclusive o embargo da sede do clube, o proprietário do local, trancou as portas com todos os bens do Corinthians dentro e o clube era ameaçado por cobradores de penhor e quase fechou as portas.
Neste ano Neco estava emprestado para o Mackenzie, mas jamais deixou o Corinthians de lado, o jogador e torcedor apaixonado comandou um "assalto" ao patrimônio do clube e na calada da noite guardou todos os bens do Corinthians em local seguro e longe dos cobradores. Fatos como esse o tornaram ídolo Corinthiano.
Em 1916 o Corinthians esta de volta à liga Paulista de futebol e lá esta Neco de novo vestindo a camisa Alvinegra sendo outra vez Campeão Paulista Invicto, fato que se repetiria em 1922/23/24 e 1928/29/30. Ainda em 1916, Neco foi convocado para a Seleção Brasileira.
Inaugurado em janeiro de 1918, o Campo da Ponte Grande foi o primeiro estádio corinthiano, naquele ano o campeonato ficou paralisado por dois meses devido a gripe espanhola, o Paulistano foi o Campeão e o Timão o vice.
O terreno do campo da Ponte Grande ficava onde hoje é a Ponte das Bandeiras, ali os próprios jogadores construíram em sistema de mutirão o estádio, que foi a casa do Corinthians até 1927, ano da ida para o Parque São Jorge. Neco também participou deste momento da história do Corinthians e esteve em campo no primeiro jogo:Corinthians 3x3 Palestra Itália.
O terreno do campo da Ponte Grande ficava onde hoje é a Ponte das Bandeiras, ali os próprios jogadores construíram em sistema de mutirão o estádio, que foi a casa do Corinthians até 1927, ano da ida para o Parque São Jorge. Neco também participou deste momento da história do Corinthians e esteve em campo no primeiro jogo:Corinthians 3x3 Palestra Itália.
Em 12 de Maio de 1918 os rivais, Corinthians e Palestra Itália novamente se encontrariam depois do empate no amistoso de inauguração do estádio da Ponte Grande, os dois clubes se enfrentariam desta vez no Campeonato Paulista do mesmo ano.
Neco e o elenco Corintiano almoçavam em uma pensão quando torcedores do Palestra passaram e atiraram um "osso de boi" no qual estava escrito
“O Corinthians é canja para o Palestra”
Alusão às últimas três vitórias do Palestra em 1917 e 1918. O jogo ficou empatado em 3x3 e os jogadores do Corinthians guardaram o osso como troféu e responderam com outra inscrição no próprio osso...
“Este osso era para a canja,
mas não cozinhou por ser duro demais”
Este osso está guardado no Parque São Jorge e exposto ainda hoje no Memorial do Corinthians.
Neco e o elenco Corintiano almoçavam em uma pensão quando torcedores do Palestra passaram e atiraram um "osso de boi" no qual estava escrito
Alusão às últimas três vitórias do Palestra em 1917 e 1918. O jogo ficou empatado em 3x3 e os jogadores do Corinthians guardaram o osso como troféu e responderam com outra inscrição no próprio osso...
mas não cozinhou por ser duro demais”
Este osso está guardado no Parque São Jorge e exposto ainda hoje no Memorial do Corinthians.
Em 1920 o Corinthians aplicou a maior goleada de toda sua história e o adversário foi o Santos que também contabilizou a sua maior derrota na Vila Belmiro. Neco esteve presente e escreveu mais um capítulo de sua história no Timão, marcando 3 vezes, os Santistas irritados com a arbitragem forçaram 5 expulsões e a partida foi encerrada aos 21 minutos do segundo tempo.
A lenda da Cinta
Neco além de talentoso dentro de campo, também foi um jogador folclórico, o que o ajudou a se tornar ainda mais popular em sua época. Nos idos de 1920 os jogadores atuavam com calções presos por cintos e corre a lenda de que Neco tinha outro propósito com o acessório, ao menos sinal de provocação do adversário o corintiano tirava o cinto e partia para cima do infeliz que o tirava do sério, mas esta história tem um fundamento.
Em 05 de Setembro de 1920 os Arquirrivais se enfrentaram novamente, Corinthians e Palestra desta vez pelo Campeonato Paulista do mesmo ano e em uma jogada ríspida por parte de um jogador do Palestra, Neco reclamou falta e enquanto ajeitava seu calção, gesticulava com o cinto na mão. A Torcida, no entanto entendeu que ele estava intimidando o juiz.
Daquele jogo em diante a cada erro da arbitragem contra o Timão, vinha o grito das arquibancadas:
“Tira a cinta Neco! Tira a Cinta Neco”
Demonstrando todo o carinho e apreço que a torcida do Corinthians tinha por este guerreiro, o primeiro ídolo da história do Corinthians.
Outro episódio que marcou a história deste clássico, em 1927, pelo Campeonato Paulista, Neco agrediu o juiz Antônio Câmara. Julgado, Neco foi eliminado do futebol, mas a pena não durou muito, e voltou a tempo de disputar outro clássico em 1928 onde o Timão bateria o Palestra com um de seus gols.
Neco além de talentoso dentro de campo, também foi um jogador folclórico, o que o ajudou a se tornar ainda mais popular em sua época. Nos idos de 1920 os jogadores atuavam com calções presos por cintos e corre a lenda de que Neco tinha outro propósito com o acessório, ao menos sinal de provocação do adversário o corintiano tirava o cinto e partia para cima do infeliz que o tirava do sério, mas esta história tem um fundamento.
Em 05 de Setembro de 1920 os Arquirrivais se enfrentaram novamente, Corinthians e Palestra desta vez pelo Campeonato Paulista do mesmo ano e em uma jogada ríspida por parte de um jogador do Palestra, Neco reclamou falta e enquanto ajeitava seu calção, gesticulava com o cinto na mão. A Torcida, no entanto entendeu que ele estava intimidando o juiz.
Daquele jogo em diante a cada erro da arbitragem contra o Timão, vinha o grito das arquibancadas:
Demonstrando todo o carinho e apreço que a torcida do Corinthians tinha por este guerreiro, o primeiro ídolo da história do Corinthians.
Outro episódio que marcou a história deste clássico, em 1927, pelo Campeonato Paulista, Neco agrediu o juiz Antônio Câmara. Julgado, Neco foi eliminado do futebol, mas a pena não durou muito, e voltou a tempo de disputar outro clássico em 1928 onde o Timão bateria o Palestra com um de seus gols.
Na partida que valeria o título de Campeão Paulista de 1928 ao Corinthians o adversário era a Portuguesa, a confusão aconteceu quando o Timão fez o seu segundo gol na partida, a Portuguesa reclamou com veemência de impedimento de Gambinha, a reclamação fora tanta que um de seus dirigentes, Benedito Bueno, invadiu o campo com uma arma na mão.
Neco, líder nato do Corinthians respondeu agredindo o dirigente da Lusa e só não recebeu um tiro porque o dirigente fora contido. A Portuguesa não aceitou a decisão do arbitro e abandonou o campo de jogo, o Juiz Eneas Sgarzi autorizou o Timão a dar nova saída de bola, mesmo sem o adversário em campo e Neco chutou para o gol vazio, marcando o terceiro gol do Corinthians fechando o placar de 3x2 para o Timão e conquistando o título de Campeão Paulista pela sexta vez.
Outra situação inusitada envolvendo o grande ídolo Corintiano ocorreu no inicio da década de 20, em um jogo que o Palestra Itália tinha interesse. Pessoas ligadas ao Palestra ofereceram dinheiro para que Neco facilitasse a vitória do time adversário. Neco aceitou a oferta e recebeu de adiantamento 500 mil reis, o restante seria pago no final do jogo, porém no vestiário o jogador revelou a oferta aos companheiros e o Corinthians venceu a partida por 2x0 com dois gols de Neco, o dinheiro do suborno foi gasto em uma efusiva comemoração em um restaurante na chácara Souza, atual bairro de Santana em São Paulo.
Neco, líder nato do Corinthians respondeu agredindo o dirigente da Lusa e só não recebeu um tiro porque o dirigente fora contido. A Portuguesa não aceitou a decisão do arbitro e abandonou o campo de jogo, o Juiz Eneas Sgarzi autorizou o Timão a dar nova saída de bola, mesmo sem o adversário em campo e Neco chutou para o gol vazio, marcando o terceiro gol do Corinthians fechando o placar de 3x2 para o Timão e conquistando o título de Campeão Paulista pela sexta vez.
Outra situação inusitada envolvendo o grande ídolo Corintiano ocorreu no inicio da década de 20, em um jogo que o Palestra Itália tinha interesse. Pessoas ligadas ao Palestra ofereceram dinheiro para que Neco facilitasse a vitória do time adversário. Neco aceitou a oferta e recebeu de adiantamento 500 mil reis, o restante seria pago no final do jogo, porém no vestiário o jogador revelou a oferta aos companheiros e o Corinthians venceu a partida por 2x0 com dois gols de Neco, o dinheiro do suborno foi gasto em uma efusiva comemoração em um restaurante na chácara Souza, atual bairro de Santana em São Paulo.
Quantos jogadores de futebol tiveram o privilégio de ganhar um busto no clube e ainda participar do jogo de inauguração? Pois Neco teve este privilégio, a torcida do Corinthians homenageou seu primeiro grande ídolo com um busto nos Jardins do Parque São Jorge. O jogo festivo para comemorar este feito foi realizado no dia 12 de Outubro de 1929 e o adversário convidado para a festa foi o Atlético Mineiro, que 4 meses antes havia vencido o Corinthians por 4 x 2 na inauguração de seu estádio em Minas Gerais.
A festa para Neco também foi uma vingança do Timão contra o Galo, que devolveu a goleada com juros e correções, Corinthians 11 x 2 Atlético Mineiro, claro, com dois gols do nosso ídolo eterno, Manoel Nunes. Neste jogo, porém, nem precisou tirar a cinta!
A Despedida
Neco chega à sua última partida pelo seu Amado Timão, em jogo válido pelo Campeonato Paulista de 1930. Neco participa do jogo contra o Internacional no estádio da Floresta no dia 31 de Agosto de 1930 exatos 20 anos da partida celebre entre Corinthian Team e A.A. Palmeiras que inspiraria a fundação do seu Corinthians.
A partida fica empatada em 2 x 2, e este jogo permitiu que Neco escrevesse seu nome na história do Corinthians como o jogador que mais tempo atuou pelo Timão, foram 17 anos de dedicação, amor e entrega total ao Sport Club Corinthians Paulista. Esta participação também valeu a Neco escrever seu nome na história como o jogador a conquistar o maior número de títulos Paulistas pelo Timão, foram 8 conquistas, 1914, 1916, 1922/23/24, 1928/29 e 1930.
A festa para Neco também foi uma vingança do Timão contra o Galo, que devolveu a goleada com juros e correções, Corinthians 11 x 2 Atlético Mineiro, claro, com dois gols do nosso ídolo eterno, Manoel Nunes. Neste jogo, porém, nem precisou tirar a cinta!
A Despedida
Neco chega à sua última partida pelo seu Amado Timão, em jogo válido pelo Campeonato Paulista de 1930. Neco participa do jogo contra o Internacional no estádio da Floresta no dia 31 de Agosto de 1930 exatos 20 anos da partida celebre entre Corinthian Team e A.A. Palmeiras que inspiraria a fundação do seu Corinthians.
A partida fica empatada em 2 x 2, e este jogo permitiu que Neco escrevesse seu nome na história do Corinthians como o jogador que mais tempo atuou pelo Timão, foram 17 anos de dedicação, amor e entrega total ao Sport Club Corinthians Paulista. Esta participação também valeu a Neco escrever seu nome na história como o jogador a conquistar o maior número de títulos Paulistas pelo Timão, foram 8 conquistas, 1914, 1916, 1922/23/24, 1928/29 e 1930.
Neco encerrou a carreira nos gramados, mas sua relação com o Corinthians jamais se acabaria. Neco sempre participou ativamente da história do Corinthians, o primeiro ídolo também se tornou técnico do Timão, substituindo o amigo e companheiro de equipe Amilcar Barbuy em 1937, estreando com vitória sobre o Lusitano por 3 x 2, ano que o Corinthians se sagrou Campeão Paulista vencendo o Palestra Itália por 1 x 0 em jogo na casa do adversário, com gol de Teleco, um novo ídolo que surgia na história do Corinthians. Iniciava ali mais um Tri Campeonato Paulistado Timão, que em 1938 conquistou o Bi em cima do São Paulo empate em 1x1 e em 1939 o Tri Campeonato Paulista sobre o Santos 4 x 1.
Rato e Neco, 1970
Conta-se uma lenda de que Teleco estaria com o braço machucado e não poderia ter atuado nesta partida que decidiria o Campeonato Paulista de 37, porém o reserva imediato de Teleco era Zuza e conta-se também que ao saber da responsabilidade, Zuza teria desmaiado e então Teleco teve de jogar de camisa comprida para esconder a taquara de bambu que imobilizava seu braço.
Verdade ou mentira, o fato é que Teleco marcou o gol do título do Timão em pleno Parque Antarctica, incendiando ainda mais esta Rivalidade Secular e marcando o primeiro título de Neco como treinador do Corinthians.
Conta-se uma lenda de que Teleco estaria com o braço machucado e não poderia ter atuado nesta partida que decidiria o Campeonato Paulista de 37, porém o reserva imediato de Teleco era Zuza e conta-se também que ao saber da responsabilidade, Zuza teria desmaiado e então Teleco teve de jogar de camisa comprida para esconder a taquara de bambu que imobilizava seu braço.
Verdade ou mentira, o fato é que Teleco marcou o gol do título do Timão em pleno Parque Antarctica, incendiando ainda mais esta Rivalidade Secular e marcando o primeiro título de Neco como treinador do Corinthians.
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