No dia 12 de dezembro de 1915, com uma vitória por 3x1 sobre o Torre Sport Club, o Flamengo sagrava-se supercampeão, de forma invicta, da competição organizada pela Liga Sportiva Pernambucana. A disputa pelo título foi em formato de triangular e o Flamengo, além de ter batido o Torre, superou também o Santa Cruz. O time campeão era formado por: Luiz Cavalcante, Albuquerque, Francisco Alves, Frederico, Ruy, Abdon, Farias, Parcy, Taylor, Gastão e Waldemar, de acordo com a sequência que aparecem na foto ao lado.
Tal fato foi noticiado pelo Diário de Pernambuco, em sua edição de 14 de dezembro de 1915: "Encerrou-se ante-hontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana, instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroado os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória - e as "louras medalhas". É pena que para empanar o brilho de tão justa vitória houvessem surgido nos dois últimos matchs jogados, manifestações pouco recomendáveis por parte de alguns jogadores do victorioso club . Felizmente esses factos isolados que ficam a cargo exclusivo de seus autores não recahem sobre os outros players que são aliás dignos dos mais fervorosos encômios. Nesta chrônica elogiosa e de saudação ao nobre campeão de 1915 não podemos furtar-nos ao dever social de lançar uma reprovação pública ao procedimento de alguns jogadores que não sabendo conter seus ímpetos injustificáveis querem converter o campo de foot-ball em arena de touradas.Muito nos custa ter que lamentar o procedimento que teve ante-hontem Ruy Gouveia , investindo intencionalmente em violenta carga contra um jogador adversário, como represália unicamente a carga que pelo mesmo havia sido indevidamente aplicada. Não há dúvida alguma que a carga de Barreto constituio uma grosseira falta, mas o juiz já havia apitado para puni-lo e mesmo que não houvesse feito aquella investida fora do jogo não poderá encontrar justificativa a não ser na cegueira partidária que infelizmente é o maior de todos os nossos males. A prevalecer o princípio da vingança pessoal , da represália, todo jogador que recebesse um foul seria obrigado a retribui-lo e assim o jogo pararia e o dous continuariam como dous loucos a investir um contra o outro , n´uma lucta desabrida feroz e desnecessária até uma solução final com intervenções da polícia e da assistência. Seria isso o foot-ball como outro qualquer sport athlético se os jogadores seguissem o exemplo do jogador a quem ora alurdimos. Felizmente poucos são os adeptos de tal escola e esses devem ser severamente punidos para que se corrijam e voltem ao seio dos seus tours promptos a collaborar efficaz mas cordialmente. A diretoria da Liga caberá a responsabilidade da repetição de taes senas desagradáveis se não souber desde cedo cortar o mal pela raiz. Terminamos enviando ao glorioso Flamengo e a seu digno captain Gastão Bonfim os nossos mais effusivios votos pelo proseguimento sempre ascendente das glórias alcançadas.
SPORT CLUB FLAMENGO CAMPEÃO PERNAMBUCANO DE 1915 - Luiz Cavalcante, Albuquerque, Francisco, Alves, Frederico, Ruy, Abdon, Farias, Parcy, Taylor, Gastão e Waldemar.
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