quarta-feira, 2 de maio de 2018

CLUBE ATLÉTICO MINEIRO [ MG ] - LACI


A revista Placar de 7 de novembro de 1975 revelou um homem calejado pelos efeitos da “montanha russa da fama”.
Os trilhos, com subidas e descidas repentinas, nem sempre oferecem uma parada confortável. Aos menos avisados, o ponto final do percurso poderia representar um triste choque de realidade.
Aos 27 anos de idade e com o próprio passe nas mãos, Laci treinava duro na Vila Olímpica. Mesmo sem contrato, o meia-atacante era só felicidade com o progresso na recuperação do joelho operado.
O preparador físico do Atlético Mineiro, Paulo Benigno, não poupava elogios: “Laci nunca esteve tão bem; nem na época em que seu nome aparecia com grande cartaz na imprensa esportiva.
Filho de Levi Gomes e Geralda Gomes Guimarães, Laci Gomes Guimarães, ou ainda Lacy Gomes Guimarães, conforme encontrado em algumas publicações, nasceu em Belo Horizonte (MG) no dia 23 de abril de 1948.
Laci começou sua trajetória no juvenil de uma equipe chamada Monte Castelo, até ser encaminhado aos quadros amadores do Clube Atlético Mineiro, onde assinou seu primeiro contrato profissional em 1967.
E 1967 realmente foi um ano especial. Laci estava voando e com confiança suficiente para encher os torcedores do Galo de esperanças.
Abaixo, uma das importantes participações de Laci na disputa do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967:
29 de março de 1967 – Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Atlético Mineiro 4×2 Palmeiras – Estádio do Mineirão – Árbitro: Carmelito Val – Gols: Djalma Dias (2 gols contra), Buião e Santana para o Atlético Mineiro; César e Jair Bala para o Palmeiras.
Atlético Mineiro: Luizinho; Warlei, Vânder, Grapete e Décio Teixeira; Vanderlei Paiva e Santana (Paulista); Buião, Laci, Beto (Edgar Maia) e Ronaldo. Técnico: Gerson dos Santos. Palmeiras: Valdir; Djalma Santos, Djalma Dias, Minuca e Ferrari (Geraldo Escalera); Dudu e Ademir da Guia; Gallardo, Servílio (Jair Bala), César e Rinaldo. Técnico: Aymoré Moreira.
   ATLÉTICO MINEIRO 1967 - BUIÃO E LACI 

Meia-atacante habilidoso, Laci experimentou o sucesso rapidamente ao lado do artilheiro Dario. Todavia, uma fratura no perônio custou um tempo precioso no Departamento Médico.
Recuperado, o destemido Laci voltou aos gramados. Com seu futebol comparado ao desempenho de craques como Dirceu Lopes e Tostão, o jovem não suportou os efeitos devastadores de sua enorme popularidade.
Então os prazeres da vida noturna e o deslumbramento apresentaram seu preço. Dormindo pouco, treinando mal e ignorando o risco de um enfraquecimento muscular, a necessidade de uma operação no menisco externo caiu como uma bomba!
    ATLÉTICO MINEIRO 1967 - BUIÃO, LACI, SANTANA, EDGARD MAIA, TIÃO 
Determinado, Laci apostou no vigor da juventude e nas infiltrações para tentar antecipar etapas no tratamento do joelho recém operado.
Campeão da Taça Belo Horizonte e do campeonato mineiro de 1970, o mesmo joelho não tardou para fraquejar mais uma vez.
    ATLÉTICO MINEIRO 1970 - CARECA, HUMBERTO MONTEIRO, VANDERLEI, VAGUINHO ,                  GRAPETE, OLDAIR, LOLA, TIÃO, VANDER, LACI E CINCUNEGUI 
E assim, não restou outra alternativa ao Doutor Haroldo Lopes da Costa. Com a retirada do menisco interno, Laci ficou dois meses no gesso e sua perna definhou de vez.
Integrante do elenco campeão brasileiro de 1971, no segundo semestre de 1972 Laci foi emprestado ao Nacional de Manaus. Na volta ao Atlético Mineiro, o “Passe Livre” o pegou de surpresa.
Com a camisa do Atlético foram 226 partidas com 135 vitórias, 54 empates, 37 derrotas e 61 gols marcados, além de importantes participações no selecionado mineiro.
Em 1973 acertou suas bases com o Sport Club Corinthians Paulista, talvez sua última grande chance de voltar aos melhores dias. Mas a passagem pelo Parque São Jorge não foi uma experiência para deixar saudades.
Sem propostas do mesmo nível financeiro, o padrão de vida sofreu um abalo considerável, ao mesmo tempo em que o sonho de voltar aos clubes do cenário mineiro foi perdendo força.
Em 1975, apesar da boa vontade do técnico e amigo Mussula, Laci não conseguiu uma nova oportunidade no “Galo”. Em reportagem para a revista Placar, Laci declarou emocionado:
– Estou lutando como um danado para voltar aos times de ponta. Sou outro cara e muito arrependido das extravagâncias que cometi!
Laci permaneceu treinando na Vila Olímpica, sempre aguardando por ofertas de outros clubes. Algum tempo depois jogou pelo Valeriodoce Esporte Clube (MG), Comercial de Campo Grande (MS) e Atlético Clube Goianiense (GO).
Ao encerrar a carreira nos gramados trabalhou nas equipes de base do Atlético Mineiro. Laci Gomes Guimarães faleceu no dia 21 de julho de 2000, em Belo Horizonte (MG).
[ Tardes de Pacaembu worldpress.com ]

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